Adagro alerta produtores sobre doença que ataca a banana

Raça 4 Tropical (RT4), praga conhecida como mal-do-Panamá, está presente em quatro continentes e foi registrada no Peru e Colômbia, ambos fazem fronteira com o Brasil

Por Rafael Santos 22/09/2021 11:40 • Atualizado 22/09/2021
Compartilhe

O Brasil é o quarto produtor mundial de banana e Pernambuco ocupa o quinto lugar no ranking da produção nacional. A bananicultura é ainda a principal cultura de frutas no Estado com maior área de cultivo e produção anual de 432.895 toneladas (IBGE, 2021). O setor produtivo que fatura mais de R$ 13 bilhões por ano deve ficar alerta para evitar a chegada da doença Raça 4 Tropical (RT4), praga provocada pelo fungo de solo Fusarium oxysporum f.sp. cubense (Foc), que destrói as plantas e ainda não possui medidas eficazes de combate e erradicação.

Por orientação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), conforme Instrução Normativa Nº 30, todos os estados produtores deverão realizar o levantamento fitossanitário para possível detecção da praga. Em Pernambuco o trabalho será executado pela Adagro, envolvendo todas as Gerências Regionais. A ação faz parte do Plano Nacional de Prevenção e Vigilância de Fusarium oxysporum f.sp. cubense raça 4 tropical, que estabelece as diretrizes e os procedimentos focados na prevenção e contingência de possíveis focos.

A Fusariose da bananeira, conhecida como mal-do-Panamá e murcha de fusário, não contamina os frutos e nem oferece risco à saúde humana, mas mata a bananeira por atacar o sistema vascular e acarreta prejuízo financeiro aos produtores. O fungo possui três raças patogênicas: 1,2 e 4 e as formas mais leves (1 e 2) incidem em todas as regiões produtoras do mundo, inclusive no Brasil. Em Pernambuco os maiores plantios com as cultivares mais suscetíveis ao Foc R4T (Nanica, Nanicão e Grande Naine) encontram-se no município de Ibimirim, no Sertão do Moxotó.

“A R4T é mais agressiva, de rápida disseminação e pode permanecer viável por mais de 30 anos em solo e em restos de plantas contaminadas. É de difícil erradicação e provoca danos às variedades prata, nanica e nanicão, que representam quase 90% das variedades de bananas plantadas no Brasil”, detalha o presidente da Adagro, Paulo Roberto Lima. Alertando que “em caso de sintomas característicos, os produtores, responsáveis técnicos, extensionistas ou pesquisadores devem comunicar imediatamente Adagro ou aos Serviços de Sanidade Vegetal junto às Superintendências Federais de Agricultura do Mapa”.

Os principais sintomas são folhas amareladas e interior do caule escurecido, bem diferente da planta saudável que apresenta o interior do caule branco. “Desde a confirmação na Colômbia, o MAPA vem adotando medidas preventivas para impedir a entrada da praga, uma vez que não há variedades resistentes, nem controle químico e controle biológico e cultural são ineficientes. A chegada dessa doença em nosso Estado causaria grandes perdas socioeconômicas, principalmente por ser responsável pela geração de mais de 100.000 empregos diretos e indiretos, prejudicando drasticamente o Vale do Siriji”, alerta a diretora de Fiscalização e Defesa Vegetal, Raquel Miranda.

Bananicultura em Pernambuco – A cultura tem grande importância social e econômica para o Estado, pois além de ser uma fruta de alto consumo, saudável para a alimentação e de fácil acesso à população, é cultivada por grandes, pequenos e médios produtores, resultando em geração de renda e empregos. Predomina nos plantios de Pernambuco a cultivar Pacovan, cerca de 90% na Zona da Mata, Agreste e Sertão do São Francisco. Sendo a banana Pacovan a mais cultivada, além de outras cultivares pertencentes ao subgrupo Prata.

O cultivo da banana ocorre em todas as microrregiões de Pernambuco. A maior concentração está na Zona da Mata, com destaque para os municípios de Vicência, Quipapá, Amaraji, Macaparana e Palmares. Na parte Norte da Zona da Mata encontra-se o Vale do Siriji tradicional área produtora de banana da qual fazem parte os municípios de Vicência e Macaparana além dos municípios de São Vicente Férrer e Machados, estes localizados no Agreste Pernambucano. Enquanto no Vale do São Francisco, os municípios de Santa Maria da Boa Vista e Petrolina lideram a produção da região.

Deixe um comentário

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

Mais do Giro Mata Norte