Números da violência no Estado repercutem na Alepe

Oposicionistas e governistas divergiram sobre as raízes do problema

Por Rafael Santos 18/04/2017 11:48 • Atualizado 18/04/2017
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O aumento no número de homicídios ocorridos no início de 2017 em relação ao ano anterior motivou, ontem, um debate na Reunião Plenária sobre a política do Governo do Estado para o setor. Foram 1.522 homicídios nos três primeiros meses do ano, em comparação a 1056 assassinatos no mesmo período de 2016. A Bancada de Oposição responsabilizou o governador Paulo Câmara pela piora dos números, enquanto deputados governistas destacaram a influência da crise econômica no aumento da violência e o investimento de R$ 290 milhões anunciado para o setor. Reportagens publicadas nos jornais Folha de S. Paulo e Jornal do Commercio, sobre a violência no Estado, também foram comentadas pelos parlamentares.

“O mês de março foi o mais violento dos últimos 10 anos. Estamos vivenciando a falência do Pacto Pela Vida”, declarou o líder da Oposição, Sílvio Costa Filho (PRB). “Infelizmente, temos um governador sem liderança e sem capacidade de motivar a equipe que, ao contrário do ex-governador Eduardo Campos, terceirizou a responsabilidade sobre a segurança pública”, avaliou. O líder foi acompanhado pela deputada Teresa Leitão (PT) na crítica: “A violência retroagiu 16 anos e ninguém vai ser responsabilizado por isso?”, questionou.

Costa Filho afirmou que desde novembro solicitou uma audiência com o governador, mas até agora não foi marcado nenhum encontro, e aproveitou a oportunidade para apresentar algumas propostas:como a presença de representantes da Alepe nas reuniões do Pacto Pela Vida e a reabertura de negociação com entidades representativas de policiais.

Em aparte, Priscila Krause (DEM) sugeriu a criação de um gabinete de crise para o setor. Edilson Silva (PSOL) apresentou a possibilidade de vincular o repasse de recursos do FEM (Fundo Estadual de Apoio ao Desenvolvimento Municipal) à criação de uma política de segurança municipal por parte das prefeituras. Odacy Amorim (PT) defendeu a atuação das Guardas Municipais com armas de fogo, em parceria com a Polícia Militar. “Nós esperávamos que a Paixão de Cristo de Nova Jerusalém fosse o destaque na Folha de São Paulo do último domingo, mas a manchete do jornal foi sobre a violência em Pernambuco”, frisou Joel da Harpa (PTN).

Em aparte a Sílvio Costa Filho, o presidente da Assembleia, deputado Guilherme Uchoa (PDT) declarou que “já ouviu esse discurso inúmeras vezes” e pediu à Oposição que “apresente alguma sugestão para resolver o problema da violência”. Waldemar Borges respondeu que o governador Paulo Câmara “tem estado ainda mais presente nas reuniões do Pacto Pela Vida do que Eduardo Campos, até pelo momento de gravidade do tema”.

Em resposta às críticas da Oposição, o deputado Rodrigo Novaes (PSD) relatou os investimentos feitos pelo Governo do Estado na área de segurança. “Não podemos fechar os olhos para o esforço do Governo no combate a criminalidade. Teremos novos carros e motocicletas e dois helicópteros, além da convocação de 4,5 mil novos policiais militares. Vão ser R$ 290 milhões investidos apenas neste ano”, destacou.

Rodrigo Novaes registrou, ainda, que o aumento na violência também pode ser associado à crise econômica. “O desemprego e a diminuição do ritmo econômico do Estado estão atrelados ao aumento da criminalidade”, afirmou, num raciocínio que foi apoiado pelos deputados Waldemar Borges (PSB), Laura Gomes (PSB), Antônio Moraes (PSDB) e Romário Dias (PSD). “Já há uma diminuição no número de assaltos a banco, por conta da ação da Polícia confrontando os bandidos”, pontuou, em aparte, o deputado Antônio Moraes.

Novaes também defendeu, como uma sugestão pessoal que não reflete necessariamente uma política do Governo, que as Guardas Municipais possam ter armas de fogo. “Só no Recife poderíamos ter 1240 homens armados na cidade para ajudar o policiamento. É algo que já existe em Salvador”, propôs Novaes.

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