André Ferreira pede a suspensão do cachê de cantor que chamou Jesus de “bicha”

Por Rafael Santos 01/08/2018 18:01 • Atualizado 01/08/2018
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O deputado estadual e presidente estadual do PSC, André Ferreira, usou a tribuna da Assembleia Legislativa, nesta quarta-feira (1º), para anunciar que deu entrada no Ministério Público de Pernambuco em uma ação contra o Governo do Estado para que ele suspenda o pagamento do cachê do artista Johnny Hooker. O parlamentar também solicitou da Fundarpe, além da suspensão do pagamento, “a cópia integral do processo administrativo de contratação do artista”.

Durante a sua apresentação no Festival de Inverno de Garanhuns, citando a polêmica envolvendo a peça O Evangelho Segundo Jesus, Rainha do Céu, o documento apresentado pelo deputado argumenta que “o cantor agrediu as pessoas e grupos religiosos que se colocaram contra a encenação da peça, com palavras chulas e incitação ao ódio”.

Durante o seu discurso, André condenou o fato de a Secretaria de Cultura ter tentado politizar o tema, ao desferir críticas ao prefeito de Garanhuns. “Fico muito triste quando um secretário tenta levar isso para o lado político. Não é o lado político, senhor Marcelino Granja. O senhor tem que nos respeitar, nós que somos cristãos”, afirmou o parlamentar, acrescentando que se o governador não concorda como que foi apresentando no festival, ele “pecou por omissão”.

Em seu discurso, o deputado considerou uma afronta ao cristão a manifestação do cantor. “Quando defendemos a nossa fé somos tachados de fundamentalistas, mas quando um artista chama Jesus de “bicha” é arte. Isso é um absurdo.”

Na Representação por Ato de Improbidade Administrativa entregue ao Ministério Público, o deputado lembra que o Governo do Estado “organizou, produziu, coordenou e custeou com recursos públicos, através da Secretaria de Cultura e Fundarpe, a 28ª Edição do Festival de Inverno de Garanhuns”, que teve como tema “Um Viva à Liberdade”.

Entre as atrações contratadas estava a peça teatral O Evangelho Jesus, a Rainha dos Céus, cujo personagem principal é um transexual. Em meio a uma série de liminares ora proibindo, ora autorizando a encenação, o cantor aproveitou o show no palco principal do evento para atacar grupos religiosos, chegando a classificá-los de “fundamentalistas”.

O cantor Johnny Hooker puxou o coro “Hiii, Hiii, Hiii, Jesus é travesti”, para em seguida, afirmar: “Eu estou aqui hoje para dizer que Jesus é travesti, sim! Jesus é transexual, sim! Jesus é bicha, SIM!”.

“A repercussão promovida pelo artista Johnny Hooker, com atos de protesto, custeados com recursos públicos, merecem repreensão, representação, como ainda medidas administrativas e judiciais, para preservar o erário público. Não é tolerável que o povo de Pernambuco pague para ser agredido!!!”, colocou André Ferreira, acrescentando que o artista deveria colocar as suas posições em modo privado, e não em um evento custeado com dinheiro público.

O deputado também cobra do Governo do Estado a apuração a conduta do contratado.

“A instauração de processo administrativo se destina a apurar as condutas do contratado e, ao final, rescindir a respectiva contratação por culpa do contratado pela prática de falta de decoro, incitação ao ódio, perturbação da paz social e agressão à honra e à dignidade de grupos religioso”, afirma André, em sua representação.

O pedido tem base na Lei da Ação Civil Pública, que disciplina, no seu artigo primeiro, que “regem-se pelas disposições desta Lei, sem prejuízo da ação popular, as ações de responsabilidade por danos morais e patrimoniais causados: (…) à honra e à dignidade de grupos raciais, étnicos ou religiosos”.

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