ANP pode certificar usina Coaf como emissora de crédito de carbono

Usina pernambucana, gerida por uma cooperativa de fornecedores de cana (Coaf), é uma das primeiras unidades sucroenergéticas do estado, já em processo de certificação no RenovaBio para a emissão de CBios

Por Rafael Santos 22/01/2020 14:58 • Atualizado 22/01/2020
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De olho no mercado financeiro de créditos de descarbonização (CBios) a partir da produção de etanol, que já podem ser comercializados na B3 (bolsa), usinas de Pernambuco começam a buscar sua certificação no Programa Nacional de Biocombustíveis (Renovabio) junto à Agência Nacional do Petróleo (ANP). O órgão é responsável pela validação das unidades brasileiras capazes de emitirem os CBios na condição de emissoras primárias, que poderão ser negociados junto às distribuidoras de combustíveis. Uma das usinas é a Cooperativa do Agronegócio dos Fornecedores de Cana (Coaf), localizada em Timbaúba/PE. A unidade é gerida por produtores independentes de cana deste a safra 2015/2016.

A Coaf é a terceira usina do estado neste processo de certificação. A etapa inicial passa por consulta pública, que consiste na análise da ANP sobre a consistência da unidade quanto à produção fabril e agrícola associada aos critérios do Renovabio. A consulta pública da Coaf começa nesta terça-feira (21) e segue até dia 20 do próximo mês. O processo passa ainda por mais etapas até o final.

A expectativa do presidente da Coaf, Alexandre Andrade Lima, é de que seja concluída dentro do primeiro semestre deste ano. Se aprovada, a Coaf poderá emitir CBIO em quantidade proporcional ao volume de etanol produzido. O dirigente conta que não só a usina será beneficiada com os CBIOs, mas também os fornecedores de cana dessas usinas certificadas. Segundo ele, cada agricultor receberá uma nota onde pontua mais (ganha mais) da usina quem usar menos fertilizante e emitir menos CO² do uso de diesel com máquinas no canavial. Essa nota impacta na nota da usina.

Moagem – A Coaf estima esmagar 800 mil toneladas de cana de açúcar até meados de fevereiro, quando deve encerrar a sua safra 2019/2020. A unidade fabrica etanol hidratado e cachaça. A título de emissão de CBIOs, o Renovabio considera só a produção de biocombustível. A previsão da usina cooperativada é de produzir 70 milhões litros de etanol nesta safra.  

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