Colega de eletricista da Celpe morto por fazendeiro depõe à polícia

A fazenda tinha uma dívida de R$ 28 mil com a Celpe.

Por Rafael Santos 01/10/2020 11:32 • Atualizado 01/10/2020
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O caso do eletricista José Reginaldo de Santana Júnior, 31 anos, assassinado na tarde da última terça-feira (29), no município de Limoeiro, segue sendo investigado pela Polícia Civil de Pernambuco. O funcionário da Companhia Energética de Pernambuco (Celpe), foi baleado enquanto realizava uma operação de corte de energia elétrica por inadimplência, na Fazenda Haras Vovó Zito, zona rural de Limoeiro, às margens da rodovia PE-95. A fazenda tinha uma dívida de R$ 28 mil com a Celpe.

Segundo as primeiras investigações da Delegacia de Limoeiro, responsável pelo caso, o proprietário do local teria solicitado que a energia fosse religada. Como o funcionário se recusou, o fazendeiro teria disparado contra o mesmo. A vítima estava acompanhada de um colega de trabalho, que foi colocado, pelo fazendeiro, dentro da mala do carro da Celpe depois de ter sido obrigado a religar a energia. A empresa conseguiu suspender o serviço de fornecimento de energia da propriedade, com escolta da Polícia Civil.

Segundo o depoimento do técnico da Celpe à Polícia Civil, os dois teriam chegado por volta das 14h na fazenda. Assim que chegaram e passaram pela porteira, que estava destrancada, foram conferir o medidor do imóvel, que não apresentou irregularidades.

O técnico também contou à polícia que um homem que trabalhava na fazenda, e estava em uma ligação com alguém, disse a dupla para religar a energia que iriam receber “um negocinho”. Eles negaram a oferta do funcionário. Quando estavam de saída o proprietário do lugar chegou e ofereceu dinheiro para religarem a energia, mas novamente a proposta foi recusada.

Ao voltarem para o veículo da empresa eles tentaram sair da propriedade, mas perceberam que a porteira estava trancada. Foi quando voltaram a residência para pedir a chave, o proprietário estava armado e ordenou que os dois saíssem do veículo e jogassem os celulares para fora do carro.

O fazendeiro pediu para que José Reginaldo religasse o sistema de energia e ele obedeceu, mas foi baleado quando ainda estava perto do veículo, e morreu na hora. Logo em seguida o proprietário mandou o outro funcionário da Celpe ligar a energia e ameaçou matar a mãe dele caso o denunciasse.

O funcionário foi mantido dentro do porta-malas do veículo durante 10 minutos. Até o momento o fazendeiro ainda não se apresentou à polícia.

O corpo de José Reginaldo foi enterrado no fim da tarde desta quarta-feira (30), no Cemitério de Lagoa do Carro.

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