Iniciada obra de esgotamento sanitário na praia de Ponta de Pedras e Centro de Goiana, na RMR

Por Rafael Santos 12/03/2019 17:10 • Atualizado 12/03/2019
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Goiana, cidade que passou a integrar a Região Metropolitana do Recife ano passado, e reúne importantes polos industrial automotivo, farmacoquímico e canavieiro de Pernambuco, além de balneários bastante procurados no Litoral Norte, ganhará serviços de coleta e tratamento de esgoto. O Governo do Estado por meio da Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) iniciou as obras para implantação do Sistema de Esgotamento Sanitário no município, que contemplam, nesse primeiro momento, o Distrito de Ponta de Pedras e o Centro de Goiana – que guarda um conjunto arquitetônico tombado como Patrimônio Histórico Nacional. A obra receberá um investimento que ultrapassa R$ 83 milhões e beneficiará 42 mil pessoas, possibilitando alcançar uma cobertura de esgotamento sanitário de 62% do município.

Um sistema será construído no distrito de Ponta de Pedras e outro na sede municipal, com previsão de conclusão em março de 2020 e março de 2022, respectivamente. A obra prevê a implantação de 70 quilômetros de rede coletora, cinco estações elevatórias (bombeamento) e duas Estações de Tratamento de Esgoto (ETE), sendo uma localizada no Setor Morada do Sol, em Goiana Centro, às margens da BR-101, e outra no Loteamento Enseada, em Ponta de Pedras. Também serão instaladas cerca de 10 mil ligações intradomiciliares. “Até o final do Programa Cidade Saneada haverá um segundo momento de implantação de esgotamento sanitário no restante do município. Trata-se uma obra transformadora e de grande impacto social, que levará mais qualidade de vida e saúde para a população que, além de contribuir para a preservação do meio ambiente”, informa o presidente da Compesa, Roberto Tavares, acrescentando que os recursos destinados para implantar o sistema em Goiana são provenientes do parceiro privado.

A obra está com quatro frentes de trabalho paralelas, duas delas atuando no Centro da cidade, na Travessa Manoel Carlos de Mendonça e no Loteamento Guedes 2, e duas no Loteamento Gulandim, em Ponta de Pedras. Os trabalhos envolvem serviços de escavação de solo para o assentamento de rede, e também intensa movimentação de máquinas, além de cerca de 200 trabalhadores. Equipes de Responsabilidade Socioambiental prestarão os esclarecimentos necessários à população, permanecendo disponíveis por meio de um Plantão Social. Para diminuir os impactos das obras nas grandes vias federais e estaduais, como trechos da BR-101 norte e PE-062, será utilizada a tecnologia do Método Não Destrutivo (MND), que consiste na perfuração do solo por uma máquina perfuratriz, que não destrói pavimento e implanta a rede sob as vias, sem a necessidade de abertura de valas.

Centro Histórico

Por se tratar de uma obra executada dentro do perímetro de um sítio histórico, os serviços no Centro de Goiana são realizados com o acompanhamento integral de uma equipe de arqueólogos e técnicos, para observar toda a ação de revolvimento, remoção ou transporte de solo e também registrar qualquer ocorrência de interesse arqueológico que possa surgir, assegurando a proteção do patrimônio. Além disso, estudos arqueológicos foram realizados antes de se iniciar a obra, conforme preveem os dispositivos legais do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) que normatizam essas atividades. Todo esse cuidado é importante, tendo em vista que o Centro Histórico de Goiana apresenta potencial para descobertas de vestígios arqueológicos – essa região foi ocupada desde o século XVI por diferentes grupos étnicos, com práticas e saberes que se modificaram ao longo dos anos. Até o momento, ainda não foi identificado material arqueológico no local.

O trabalho de acompanhamento arqueológico ainda inclui atividades de educação patrimonial junto à população diretamente impactada com a obra. A proposta é realizar palestras para alunos e professores de escolas públicas do Centro de Goiana.

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