Deputados comemoram recuo do ministro da Saúde em decisão que ameaçava viabilidade da fábrica da Hemobrás

Por Rafael Santos 16/08/2017 20:56 • Atualizado 16/08/2017
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Repercutiu no Plenário da Assembleia anúncio oficial em que o Ministério da Saúde comunicou ter desistido de transferir, para o Paraná, parte da produção da Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás), instalada em Goiana, na Mata Norte. Presidente da Comissão de Saúde, a deputada Roberta Arraes (PSB) comemorou a decisão, que classificou como “uma conquista fundamental”. Ricardo Costa (PMDB) considerou a deliberação uma “vitória de Pernambuco”, enquanto Priscila Krause (DEM) evidenciou a importância “de uma mobilização em favor daquilo que vale a pena defender na política”.

A ideia abandonada pelo órgão federal colocava em dúvida a viabilidade econômica da planta industrial em Pernambuco, porque retirava da estatal os direitos sobre a fabricação do fator VIII recombinante – item mais rentável a ser produzido pela empresa, utilizado no tratamento da hemofilia. O posicionamento do ministério vinha rendendo críticas dos deputados ao titular da pasta, Ricardo Barros. Parlamentares acusam o gestor – ex-prefeito do município de Maringá, que receberia a nova fábrica – de utilizar-se de critérios exclusivamente políticos para promover a mudança.

“A permanência da Hemobrás em Pernambuco é de grande relevância para todos nós, levando em conta os recursos aplicados, a importância socioeconômica, os empregos a serem criados e as receitas que serão geradas para o Estado”, analisou Roberta Arraes, ressaltando que o comunicado do recuo pelo órgão veio acompanhado do anúncio de que investidores privados estariam interessados em ampliar aportes para o término da construção da fábrica em Goiana.

A preocupação com a viabilização da obra mereceu ponderações de Ricardo Costa. “A luta não terminou, porque há um hiato entre a decisão de manter a produção em Pernambuco e a estrutura que precisa ser levantada para que se chegue a produzir. É nosso dever levar esse tema à baila”, alertou o peemedebista, que aplaudiu o amplo movimento político em defesa da estatal.

Priscila Krause também ocupou a Tribuna para ressaltar a natureza institucional da mobilização. Para a deputada, o êxito da aliança entre as lideranças políticas valoriza a importância dos mandatos parlamentares. “Os políticos pernambucanos fizeram jus à nossa história na defesa dos interesses do nosso Estado, que, quis a história, coincidem com o interesse do Brasil.”

Em apartes aos pronunciamentos, Isaltino Nascimento (PSB), Teresa Leitão (PT), Terezinha Nunes (PSDB), e Zé Maurício (PP) se somaram às considerações sobre a questão. “Em qualquer luta política que Pernambuco lute junto, temos grandes possibilidades de vencer”, salientou Terezinha Nunes. “Soubemos deixar de lado nossos diferentes enfoques sobre o tema e alcançamos outro tipo de debate, sobre o que a Hemobrás significa para Pernambuco”, pontuou Teresa Leitão.

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